OSSEVA

No meu verão eu fiz nevar; em minha neve pude acender a chama que do frio me fez renascer. No meu silêncio pude gritar; no meu retrato me esconder do vazio que insiste em me encher.

Nessa distância de você, tão perto pude perceber, que o tempo teima em nos padecer. Adoro a companhia do deserto, o errado que deu certo e o tolo que se faz de esperto, pois me ajudam a sorrir. Na areia movediça, empurrado pela preguiça afundo-me em mim, na minha distração.

Saber viver! As coisa que eu pinto são em preto e branco- pra não errar.

O meu viver! São traços que risquei pra menos e pra tanto- pra me acertar.

Tenho meu ponto de vista, meu traço de analista e dois pontos de perfeccionista; quem sabe... vírgulas de egoísta. Em cada consciência, reside uma paciência, traçada quase sempre pra se descontrolar. Meu mundo se desfez da minha confusão, minha cama queimei e deitado nela em cinzas me derramei.

Meu quarto pintei. A perda do antigo já virou passado. Lembranças que esqueço, memórias pelo avesso, minha mente é resultado do ontem e do aqui. De manhã anoiteço, de noite amanheço, consciente do estado do qual eu vivi.

O meu rádio-relógio já está pifado.

O seu telefonema me deixou frustrado.

Condições que exigem verdade do que não foi falado.