ELUCUBRAÇOES ECTOPLASMÁTICAS

Pulo

Pulas

Pulo

A mão erguida em riste contra o mundo

Num ar que insiste, em vão tremulo

A ninfa vingou-se de um casulo

Brota

Ninguém nota

Nem desbota

Quanto mais uma anedota

Meu bom cidadão patriota

Como rito?

Como grito?

Como estrada em que transito

Sem dar nem um passo

Admito!

Tudo se resume num bicho

Irracional e transcrito

Um bicho sem feição

Cujo sonho me amedronta

Desde então

Era um pássaro?

Não

Era um peixe?

Não

Cefalópode?

Não

Megalodonte?

Não

Lepdóptera?

Não

Mas voava

Sim

E graciosamente voava

Com as asas igual a uma canção

Sim

Cantava

E era com um jeito igual ao seu

Com uma silhueta como a sua

E era você e ao mesmo tempo não

Talvez

Portanto

Intrepidez

Nem tanto

Não sabia

Que as palavras é que fazem mover a vida

O único moto-contínuo que existe

Com sua estrela em soprano

E seu profundo oceano

Insistem em sobreviver a tudo e a todos

Se o nome era Bela

Já se perdeu entre as pedras

Se o nome era aquela

Já se encheu de mazelas

Mas qual era o nome dela?

Com certeza era daquela

Ou do que apontavam nela

Mas hoje ninguém sabe mais

Mudou a face

Tingiu os cabelos de loiro-acidentado

Feito boneca no primeiro penteado!

Desisto

Aquilo que se deu como perdido

Não sabem que há muito tempo está comigo

E tão bem distinto

Que falando a verdade

Nem minto

Embriaga-me o destino

Com este fel em vinho tinto

Está servido?

Só tem pra mais um.

24/07/2022

23:44hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 25/07/2022
Reeditado em 25/07/2022
Código do texto: T7567184
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