Vento mágico
há quanto tempo estou trancado
circundado pelas cordas fortes
que o trauma factual me colocou?
vou assim desencantado, vou
sequer tenho aqui para alento
um qualquer vento mágico
enquanto tento imaginá-lo
congelo pelas beiras de mim
a morrer de um frio próprio
me fartei, deveras, do ópio
a droga do tangível, palpável
imperdoável uso do concreto
entretanto, feri o teto da razão
e, logo, sangrei portentosas cores
tantos esplendores reprimidos
dei ouvidos aos loucos trovadores
às trovas emocionadas dos trovões
apenas as ilusões me interessam