Areia
Árida e branca,
Estende-se em dunas sinuosas
Diante do escaldante espaço
Onde não crescerão as rosas.
Esconde-se entre os dedos dos pés que a pisam,
Sob as meias-luas das unhas,
Nas bainhas das vestes,
Por entre os fios dos cabelos.
Às vezes, ela é aspirada,
Causando a tosse
Que expele os pulmões
Congestionados.
A areia se ergue em espirais de vento,
Suas formas sinuosas
Transmutam-se em pessoas, e flores,e casas,
E montes, e nuvens, e rios,
Seus sons de contínuous assobios
Cantam aos pés dos ouvidos
Áridas canções de desatinos.
Depois ela deita-se, calma e silenciosa,
Cansada de querer ser mais que simples areia,
Deixando, finalmente, crescerem as rosas...