Visões

Eu vejo a minha voz andando

e minhas pernas segurando o tempo,

um tempo de ficar!

Envelhece-me a voz

e herdo a praga que se apaga

e morre-me o que já nasce pobre

e dói uma dor

e é diferente a lida

e esqueço que não se convidam

a fome e a comida à mesma mesa.

Eu vejo teu olhar chegar

e trazer-me tristezas tantas

que o que há agachado se levanta

e meu sorriso chora

e o meu silêncio fala!