A queda em montanhas distantes
Sutil é o esquecimento impregnado nas brumas do tempo
E nas últimas gerações é como se nada daquilo houvesse existido
Nomes de origem abandonados em glória silenciosa
Castelos erguidos e desaparecidos em poeira vazia
Nostálgico é o ar estagnado nos pântanos ocultos ao luar
Quem pisa naquela lama não sabe que pisa em reis derrotados
Juncos solitários jazem manchados com cantos de donzelas desaparecidas
Cascatas caem com lágrimas de antigos corações quebrados
Árvores como garras distorcidas guardam tristonhas
Estradas que levam a lugar nenhum
Pedras negras marcam desavisadas
Túmulos de mendigos cegos mortos em inanição
A beleza esquecida e o prazer deturpado
Encerrados em muralhas regadas a sangue de inocentes
Atos heróicos e hinos de louvor
Perdidos como fumaça no irrefreável fogo da corrupção
Coroas partidas e tronos tombados
Novos sábios engrandecem comendo a carne de seus irmãos
Joelhos beijam a terra e cabeças rolam pelo chão
Alento como ferro em brasa fazendo enlouquecer
E agonizantes nos caminhos dos homens
Se vão para sempre os últimos suspiros dos deuses
Abandonados em altares sob pedras demolidas
E em túmulos preenchidos de corações tornados em pó