Bruxa
Suas vestes tinham linhas de inocência,
Servia-me palavras, encharcas sobre mel,
Na maquiagem, escondia a evidência,
Dizia vítima do amor, Óh! Mundo cruel!
Nas pratas da mesa sua imagem era refletida,
O bolo aromático reclamava fermento adúltero,
Toalha fina de rendas, como teias tecidas,
O pão, chá, café, clamavam cuidado efêmero!
Mal ela sabia! Que meu espírito a sondava,
Que suas roupas, a mesa, o ar, me revelava,
De súbito levantei, desculpas pedi, nada toquei,
Artimanha! Nos seus lençóis não me enrosquei.