Dor de existir
Devagar
Escrevi
Uma primeira letra
Um esbosso
Algumas linhas
Que surgiu aqui
Nesse coração
Escreva
Uma linha
Sobre uma dor inteira
Emergida
No meio de lágrimas
Em imediações constituídas
Sobre meus vendavais
Aberto
Em meio aos meus tormentos
Devagar imponho
Meus
Punhos e todo sangue
Que pode sangrar
Sob a lua
No meio de tantas marés
Imprimo minha dor
Devagar
Morrendo
Mais e mais
Um dia de cada
Vez
Talvez um breve momento da minha mocidade
Eu possa viver sem tantos impasses
A vida é traduzida em um círculo
De tantas circunstâncias
E outras inconstâncias
Embora o mundo me condene a morte precocemente
Quando me for amanhã
Este corpo será apenas
Cadavérico
E no demais não haverá novas coisas me esperando amanhã
Pois tudo que aprendi e todo papel
Que acumulei lá do outro lado
Não vai valer de nada