Insepulta...
Escrevo sobre nadas...
Por sobre toda a minha mesa,
folhas de papel amassadas lembram
as folhas secas do final do outono,
tentando rodopiar, sem dono,
em um leve e parco vento
E até onde a vista alcança,
parecem estar vivas lá fora,
ensaiando pobres passos de dança
O vento não me ensina a dançar...
não mais... só a viver esse pensar,
desde que me descobri presa em raízes.
Uma árvore morta presa em raízes,
visíveis ou ocultas raízes, mortas e insepultas...
Jazem sob e sobre a terra, sem velório
nem velas, nenhum sentimento simplório,
e sem [com suas folhas... também já mortas],
uma coroa na porta a adornar sua morte
A mim, só me resta a mesa...
mesa que um dia já foi árvore,
e minhas folhas, também ex-árvores,
agora amassadas em branco,
sem ventos e rodopios,
sendo lançadas à sorte...
Por sobre toda a minha mesa,
folhas de papel amassadas lembram
as folhas secas do final do outono,
tentando rodopiar, sem dono,
em um leve e parco vento
E até onde a vista alcança,
parecem estar vivas lá fora,
ensaiando pobres passos de dança
O vento não me ensina a dançar...
não mais... só a viver esse pensar,
desde que me descobri presa em raízes.
Uma árvore morta presa em raízes,
visíveis ou ocultas raízes, mortas e insepultas...
Jazem sob e sobre a terra, sem velório
nem velas, nenhum sentimento simplório,
e sem [com suas folhas... também já mortas],
uma coroa na porta a adornar sua morte
A mim, só me resta a mesa...
mesa que um dia já foi árvore,
e minhas folhas, também ex-árvores,
agora amassadas em branco,
sem ventos e rodopios,
sendo lançadas à sorte...
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[Convido o Leitor a ouvir o Áudio da Poesia!]
Imagem: Google