OGRO DE MIM MESMO
Sou ogro de mim mesmo, quando minha mente
Paira sobre pensamentos maldosos;
Sou o lobo que a mim mesmo devora,
E não tem hora para atacar!
Contrafeito, nervoso e temeroso,
Pelejo contra minhas duas partes
Que se repartem em boas e ruins partes,
Luto contra meus dois lados que se digladiam,
No afã de debelar a ansiedade
Que me devora
O instante de sanidade!
Nesta hora
De batalha interna, sou ogro de mim mesmo,
A lutar para apartar-me da minha outra parte --
A sombra da iniquidade,
O lobo que me espreita e que me apavora!
Fugir como da dualidade?
Sou ogro de mim mesmo: parte boa
E parte da maldade!