Demasiada Humana - Tolice - LXVII
Eu abraço
minhas partes
mais frágeis
e honro o que
sou e o que
consegui ser,
eu abraço
minhas partes
que ainda se
partem e me
curvo por ser
inconstância,
eu abraço
minhas sombras
e com carinho
amparo-as no
perdão do tempo,
eu abraço
o que desaprovei em
ti e me permito ser
melhor do que o instante
anterior.
Eu me abraço
pela possibilidade
de sempre poder
vir a ser um novo
canto.
Não sou
aço.
No fim, verso
borrado.