Resiliente
Explicar não poderei
De onde surgiu o extremo
Fora do que consagrado...
Cria do clã renegado
Com tanta força motriz
Na condução desse arado....
Revolvendo essa infeliz
Mania de ser velada
Por grandiosa sensatez...
Por vezes crucificada
Noutras tantas na altivez
Alvejada de badalos...
Nos baixos, altos, do eterno
Por triz, sobre a corda bamba
A sorver do seu quinhão...
Noutras horas sem festejo
Anestesiada por luas
A lamber velhas feridas...
Cão sem dono, amaldiçoado
Sem saber onde correr
Obrigado a ser raivoso...
Roubando ovos de ninhos
A latir para os estranhos
Dormindo de olho aberto...
Afeito ao seu vil destino
Sem questionar viperina
Condição que lhe aviltou...
E malgrado o seu degrado
Fiel ao seu existir
Incapaz de desistir
Abocanha o seu bocado
Mesmo que pão racionado
A enfrentar o porvir....