Sou um ser da terra do nunca
Eu sou um poeta vagabundo
Sou um ser da terra do nunca
Eu sou uma criança Peter Pan
Almejando a legião daqueles
Meninos perdidos numa ilha
Que buscam essa tal fantasia
Num intrínseco transe irreal
Que as vezes não há como se
Despertar de um lindo sonho
De um temperamento infantil
E voltar a monótona realidade
Sendo que tu és o meu sininho
Acordando-me todos os dias
Nesse fluir da flor vermelha
De um amanhecer áspero e cru
Desejo viajar no infinito tempo
Na busca esperançosa de paz
Em momentos de sonhos a mil
Na infinidade de meus receios
A minha tal tatuagem de pirata
Esconde o segredo mais oculto
De um belo esplêndor a brilhar
Desde sonhar pelo o teu amor
Essa caveira da eterna morte
Já não tem mais nenhum nexo
Numa sorte de meus acasos
De impensáveis revelações
Eu procuro essas aventuras
Na compaixão de meus versos
Eu vivo no teu vivificante ardor
Extraíndo a minha dor que flui
Procurando ser a tua criança
Na fragilidade de sutis sonhos
Na busca incessante de prazer
Eu acordo do sonho de infância.
TEXTO DO LIVRO:
SOLIDÃO POÉTICA/ 2016.