NOTURNOS
A noite chega e me amedronta
Há luzes multicores nas praças
e há sombras nas casas
Sombras senis, sombras vis,
sombras na sombra
e me assombram...
Quem era eu na noite escura?
Mais uma sombra a se esgueirar
Atrás de uma companhia
Que não dormisse e me escutasse
Na noite densa a ocultar
As lágrimas que teimavam a rolar
Na face soturna
Com medo das figuras
Noturnas a vigiar...
E a noite passa,
Um silêncio mortal
A delirar em fumaças
Esparsas a sombrear
O rosto horroroso
A provocar
Calafrios...
O sol no nascente
Tudo volta ao normal
Na minha mente
Foi apenas um sonho
Um incidente
Não há mais nada
A me torturar...
Até que outra noite
Aconteça
E eu adormeça
E os pesadelos
Impeçam-me
De sonhar
bmh@ 18/01/2021