Poema da Tarde
Provei a amargura da mortal vida
os desafetos, as lágrimas, alguns sonhos.
Garimpei almas impuras e necessitadas
e com elas apreciamos o gosto dúbio do fel
que habita dentro dos seres chamados humanos.
Escrevi num papel velho e empoeirado
versos jamais lidos e relidos pelos
presentes e ausentes seres que voam
qual vampiros sedentos de dor e cinismo.
Vi na retumbante acrópole da terra vermelha
lanças, flechas, gritos e mortes
Homens exterminando homens.
senhores do mal e do poder,
destruindo almas líricas, poéticas, indefesas.
E flores jogadas ao léu diante dos rostos
encharcados de lágrimas, soluços e terror:
um sorriso amarelado de timidez egocêntrica,
e as traições e mentiras desenhando a alma finita
de cada ser apenado nesta terra SEDENTA DE SANGUE.