Poema da Tarde

Provei a amargura da mortal vida

os desafetos, as lágrimas, alguns sonhos.

Garimpei almas impuras e necessitadas

e com elas apreciamos o gosto dúbio do fel

que habita dentro dos seres chamados humanos.

Escrevi num papel velho e empoeirado

versos jamais lidos e relidos pelos

presentes e ausentes seres que voam

qual vampiros sedentos de dor e cinismo.

Vi na retumbante acrópole da terra vermelha

lanças, flechas, gritos e mortes

Homens exterminando homens.

senhores do mal e do poder,

destruindo almas líricas, poéticas, indefesas.

E flores jogadas ao léu diante dos rostos

encharcados de lágrimas, soluços e terror:

um sorriso amarelado de timidez egocêntrica,

e as traições e mentiras desenhando a alma finita

de cada ser apenado nesta terra SEDENTA DE SANGUE.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 05/03/2022
Reeditado em 06/03/2022
Código do texto: T7465902
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