De um sono perene

É o sonífero impedindo

a plenitude do arcanjo

no prado do silêncio.

Deixando tudo lento

feito verborragias

em diálogos póstumos.

Vasto campo de paz

e terra, espaço ilimitado

só para ele, mas pressente

uma vicissitude.

O vindouro inverno petulante

em seus órgãos.

‘’O pior está por vir’’

pensa ele; funestamente

concebeu: suas asas caíram.

Não para de sangrar, muito

menos chorar.

Uma pedra cai direto no olho.

Cega-o instantaneamente.

Tempestade brusca se inicia,

De ácido deleita sobre sua pele.

Seu corpo desenhado no belo

torna-se um fragmento do

inferno.

Se pergunta porquê da desgraça,

como Jó se pronunciou:

‘’Porque aquilo que temia me sobreveio;

e o que receava me aconteceu.’’

O anjo não entende, mas sofreu.

Foi do perfeito ao horrível em instantes.

Desse pesadelo ele não pode acordar

muito menos exaltar ao seu pai.

Uma espécie de paralisia do sono,

mas na quimera do mundo real.

Anjo das pragas, sua história

no pergaminho do destino imortal.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 27/01/2022
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