Filho Trovão
Desceu dos céus em minha direção,
Um anjo em forma de trovão,
Que tremulou-me por inteiro,
Mas não causou-me medo.
Admirei-me com tuas asas enormes,
Com seu tamanho exorbitante,
Com seus olhos cristalinos,
E sua espada fulminante.
Indaguei-o por que vinhas,
O porquê da investida,
Que tamanha aterrissagem,
Por pouco me arranharia.
Me olhou-me furioso,
A medida que se aproxima,
Desembainhando a espada,
Pronto para tramar tua ira.
Sorri-o extravagante,
Que tamanha obstinação,
" Sabes quem incorporastes,
Maldito filho trovão? "
Ainda me admiras,
Tal coragem palermada,
" Vindes de ponta cabeça,
Aterrissar em minha casa?
Ainda já não bastasse,
Desembainhaste a espada? "
Meu repulso incontido,
Tornou-se soberano,
E levei-o comigo num soco,
Para o fundo do oceano.
Afoguei-o de dentro para fora,
O fiz vomitar teu insulto,
Engasguei-o com o último inspiro,
De seu farsante culto.