O Mantra do Adeus
O Mantra do Adeus
A cabeça girava...
Os olhos teimavam em não abrir,
tamanha a roda gigante em que
me encontrava.
Será que o dia iria me aplaudir?
Forcei o olhar...
As luzes das estrelas
inundavam de azul
a sala de jantar...
Não foi preciso ligar o abajour,
enxergava até seu dorso nu!
Preparava-se para partir
do meu passado...
Na parede, prostrado o flanco,
enquanto calçava o sapato,
olhava o retrato,
em preto e branco,
na estante esquecido...
Resgatava tempos idos
quando fomos apaixonados,
interrompidos por sentimentos
recém chegados, coloridos...
Não soubera fingir...
E, como as águas, em constante renovação, fomos arrastados pelas correntezas da traição.
bmh@
31/01/2021