O POETA ASSINTOMÁTICO

Se já sofri desse tal de amor, eu nem ligo!

Se isso que sinto é solidão, não estou nem aí.

Se alguém de mim um dia cuidou, eu não digo.

Se nós dois demos certo ou não, nem percebi.

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Se já quase morri de saudade, eu não sei.

Se corroía por dentro, pode ter sido só ressaca.

Se na beira da ponte eu cheguei, não pulei.

Se aliás podia ser paixão, não deixou marca.

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Mesmo assim, por favor, meu bem, volte logo...

Pois eu me acostumo sozinho, mas nem tanto!

É que nunca pensei em alguém desse modo!

Eu perco o rumo sozinho, nem sei quanto!

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Da série: “Convencimento precoce”