SINGULARIDADE
Eu não sabia que não estava vivo
apenas via o Cosmos com os olhos de um menino
enquanto meus assassinos estavam livres
e enquanto conjuravam pestes contra os povos
eu me cercava de serpentes encantadas
- é por meio das maçãs que os pegaremos
sou mestre dos brinquedos e dos capitais
embora a consciência social não me abandone
genocidas privam seu povo de alimento
enquanto os porcos ceiam com todo o conforto
quem me dera prosseguir além do homem
retornando de eternidade em eternidade
mas quem sou eu senão um número numa vala comum?
no fim apenas sou um louco numa cadeira de balanço
o fim espreita atrás da porta
peste negra ou máscara da morte rubra?
quem vem lá no entanto é a pior doença
- escravos de um sistema doente
deixando o mundo sem nenhuma aresta
veja o tamanho do buraco negro que existe em nossa mente
como firmar os passos sobre um mundo líquido?
esses dias são de singularidade
pois as leis deixaram de funcionar