Horas do Verso
Horas do Verso
O sol sai do céu sem dizer até amanhã.
A lua chega sem dizer boa noite
Eu vou me calando sem dizer um verso
E as silabas ficam assim jogadas no papel.
Sem o dia fazer sorrisos
Sem a noite pintar sonhos
As silabas se amontoam no rodapé das folhas
E ficam alvoroçadas bailando na inspiração.
Na madrugada a caneta cansada sorrindo
Na alvorada o papel respira o poema escrito.
Quando um cometa rasga o céu
Uma fagulha cai no papel
Esperto se deixa levar nas labaredas
Enquanto a caneta pega corrente do vento
E assim apaga o incêndio sem causa.
Sorrindo o papel arde em beijos de gratidão
Na amante sem tinta em exaustão.
E o verso assim fica
Sem começo e sem fim
No fim da folha
Só silabas queimadas.