BOCA DO INFERNO
A boca grande da noite engole os ercarros de sangue das almas decadentes no inferno do aço e concreto.
Aliviadas, flutuam sobre o mar de tristeza num barco sem capitão, sem tripulação.
O vento é, ao mesmo tempo, morte e salvação para os passageiros de Caronte, o barqueiro do inferno.
Tal qual Dante, guiados pelo poeta, são pelos caminhos tenebrosos dos ciclos do inferno até a porta do paraíso onde não sabem se estão vivas ou mortas.