Inentendível

Ouço um cantante céu que me abraça

e um mar azul que fala

sereiando os meus versos

molhados por um certo sol

que chega e sai / vai e volta.

Olham os meus olhos o horizonte

e refletem o coração a saber da lua

o porquê de o luar morrer com o orvalho

nos ímpios soslaios de toda madrugada

quando a carne abraça a carne

e minha alma cala a tua.

E esse mesmo céu se emudece

quando a canção se cala

e eu ouço o que na terra falam-me

inentendíveis versos, palavras loucas e nuas...