Uma Revelação
E eis que me surge uma revelação.
De repente, me vi alçando voo em local não habitado
por seres animados.
Soube, de relance e no profundo instinto
que acaricia a medula espinhal,
aquele sentimento total de abandono.
De súbito, me movimentei, me coloquei na ação.
Parecia-me que iria encontrar algo novo, distinto
de todos os multiversos.
Não me contive e me lancei, junto com os dados.
Enquanto voavam pelo fio horizontal,
me movi para os olhares que me desejavam.
Enquanto isso, diante da confrontação
que sofria enquanto te acariciava, encontrado
eu fui na revelação dos nossos fatos incontroversos,
naquele local desabitado
onde me fugiu o sono.
Ali mesmo, ante sua beleza fatal,
cedi e encontrei a mim mesmo, exaurido todo
enquanto nossas almas, em clímax, estavam.
Dali mesmo, soube que era oportuno.
Percebi que era sem retorno.
Quando me vi sem rumo, desemparado,
percebi que a ausência deste momento revelado
é algo soturno.
Logo, essa revelação não é algo em que me afortuno
sem a tua presença e das curvas de tua concretude.