Corisco
viaja num cosmo
de seres grandes
de olhares obsoletos
que pensam que pensam
a estrela menor duma constelação
de cores mornas
e de esplendor tão pequeno
não arraigado
um corpo terrestre
e pífio
regido pela gravidade
e quase findo
pela voracidade do tempo
um nulo invento
daquilo
que a velocidade
de um mundo insano
cria sem utilidades
corisco ufano que não faz sentido
voa aturdido
pois vê
na natureza das coisas
que nenhum brilho
transpõe à eternidade