Nordestina criatura
Sou petisco em vida dura
Na mistura dessa saga
Sou a luz buscando vaga
Nessa sombra da cultura
Sou a rapa da rapadura
Na mistura com a paçoca
Sou a sobra da fofoca
Feito isca para guerra
Sou artista dessa terra
Que na terra se manobra
Sou a fome que não brota
Sob o verde do capim
sou o cheiro do toissin
Que saliva toda a boca
Sou o suor da cabocla
Escorrendo no xaxado
Da chinela eu sou o chiado
Segurado com arame
Nordestino sou de sangue
Sou poeta, retirante
Sou planta de pé!
rachado.
Kennedy Costa.