O pagode do crioulo doido
Quando Zé Pagodinho veio ao mundo,
Noel já tinha ido para o céu,
sem fósforo, cigarro... sem chapéu,
atrás da rima certa pra Raimundo.
Mussum havia ganho um troféu,
por ter tocado a quinta sinfonia,
e por "pagodear" a poesia,
na frente dum enorme povaréu.
As rosas já falavam com Cartola,
Einstein tirava rimas da cachola,
Bocage imaginava ser Camões.
Hoje Zé Pagodinho toca rumba
na quadra duma escola de macumba,
enquanto um ateu faz orações.