A valsa do crioulo doido

Strauss coçou as costas de Casella,

acima, um pouco mais, do cós da calça.

Lugar que se costuma tocar valsa,

muito frequentemente, a mais bela.

A valsa é quase um pão com mortadela;

um oásis na areia do deserto,

que consegue manter o longe perto,

como o luar minguante duma vela.

Se fosse Strauss aluno se Sivuca,

a valsa estaria mais caduca

do que um samba enredo do salgueiro.

Ainda assim, Chopin e Villa Lobos

jamais seriam vistos como bobos,

que tocam, simplesmente, por dinheiro.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 25/06/2021
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