O Xote do crioulo doido
Quando a boneca enjoa da menina
e a menina pensa em namorar,
a lua afoga o sol dentro do mar
e o mar faz da espuma bailarina.
Quando o menino aplica brilhantina
e a cabeleira custa a assentar,
a lua faz o sol perder o ar
e o ar apaga a luz da lamparina.
Quando a menina põe sapato alto
e o salto do sapato arrebenta,
já deve estar bem perto dos quarenta,
ou andou numa rua sem asfalto.
Quando o menino chega no planalto
e a rampa está molhada, e não choveu,
é que provavelmente alguém desceu
com medo de ser pego num assalto.
Quando o mandacaru se faz em flor
e a flor, de manhãnzinha, está pintada,
é que provavelmente é chegada
a hora de trocar de tocador.
Assim, seja Luiz, seja quem fôr,
há de tocar até de madrugada.
Quando a boneca enjoa da menina
e a menina pensa em namorar,
a lua afoga o sol dentro do mar
e o mar faz da espuma bailarina.
Quando o menino aplica brilhantina
e a cabeleira custa a assentar,
a lua faz o sol perder o ar
e o ar apaga a luz da lamparina.
Quando a menina põe sapato alto
e o salto do sapato arrebenta,
já deve estar bem perto dos quarenta,
ou andou numa rua sem asfalto.
Quando o menino chega no planalto
e a rampa está molhada, e não choveu,
é que provavelmente alguém desceu
com medo de ser pego num assalto.
Quando o mandacaru se faz em flor
e a flor, de manhãnzinha, está pintada,
é que provavelmente é chegada
a hora de trocar de tocador.
Assim, seja Luiz, seja quem fôr,
há de tocar até de madrugada.