João em Patmos

Lágrimas soltastes

quando por amor se acabastes.

E em um rio,

D'uma canção

Eu era eu lírico.

D'uma nação,

Belo índio,

A minha paixão,

Menino do cometa distante.

Já se foi.

Já não pode mais voltar.

O antigo amor,

seja como for.

E entre toda

pedra azul marinha,

encontrei aquela cinza

pedra do teu tesouro.

E na tristeza incolor,

bordei mil painéis

de sua grande dor.

E debalde, oh firmamento.

Sonhei que pelejavas.

Anjo dos quatro ventos

E por mil anos me selavas.

Eu era o dragão e a besta,

Profeta das borboletas.

Ouviu do deserto lamentos

E da minha boca correu ventos

Que a terra tragou, e era absinto.

Como um retrato vulgar

da tristeza que sinto.

Agora sem pressa,

escrevo na areia

meus planos de guerra.

E cuspiria em seus olhos,

para curar sua cegueira.

Há desfortúnio no caminho,

A cruz, e uma coroa de espinhos.

E eu já não sei o que fazer,

não desaprendi a amar você.

Se a saudade custa caro,

com os malfeitores serei contado.

Me chame para andar,

se o caminho ainda é lindo.

Para, que choras de verdade?

Em tamanho desgaste,

teus olhos são arte

do artista prodígio.

E eu, arrancaria tuas vestes,

na novela das sete.

E te amaria

em qualquer sheol,

por aí.