Saudosa maloca (um poema do crioulo doido)
Num edifício alto, assobradado,
a par da Ipiranga e da São João,
havia uma maloca em construção.
Não sei se o senhor está lembrado!
Oscar, o Niemeyer, deu razão
ao vizinho do lado, pobre moço,
que enlaçou a corda no pescoço,
e pôs-se a deslizar no corrimão.
Morreu sem encontrar a solução
pra dor de seu amigo, Mato Grosso.
Que sentia doer a carne, o osso,
o intestino grosso e o pulmão.
Esse edifício alto foi ao chão
e com ele a maloca, o coração
do Joca, do Ernesto, do Oscar...
E ao cair a última parede,
meu coração quase morreu de sede,
e o rio, que chorei, encheu o mar.
Num edifício alto, assobradado,
a par da Ipiranga e da São João,
havia uma maloca em construção.
Não sei se o senhor está lembrado!
Oscar, o Niemeyer, deu razão
ao vizinho do lado, pobre moço,
que enlaçou a corda no pescoço,
e pôs-se a deslizar no corrimão.
Morreu sem encontrar a solução
pra dor de seu amigo, Mato Grosso.
Que sentia doer a carne, o osso,
o intestino grosso e o pulmão.
Esse edifício alto foi ao chão
e com ele a maloca, o coração
do Joca, do Ernesto, do Oscar...
E ao cair a última parede,
meu coração quase morreu de sede,
e o rio, que chorei, encheu o mar.