Se estas ruas falassem...

De todas essas ruas,

umas são mais tuas,

bem mais nuas,

tão cruas!

Por elas passo , sinto-te!

Reacendendo o braseiro.

Extasio-me ao seu cheiro.

Desejo-te, desejo-te, desejo-te!...

Oh, ruas! Por que renascem sentidas?

Vejo-as ornadas de nada, vazias, sofridas!

Todavia, vão além de todas as avenidas floridas...

Porque juntas aos meus olhos, vivas, eternizam-se!...

Fraquejos assassinos, a que parece, nunca terminam!...

Levam-me além das cidades, roubam-me a liberdade!

Vias famintas, labirinto, fantasias, o meu claustro de desejos!

Em devaneios, toco os teus seios; posso até jurar que te beijo!

Vou pisando os caminhos que jamais se assinam...

Fascina-me o pó destas ruas à que jamais varridas!

Quem dera se despidas, e assim, falassem sem disfarce!

Talvez nunca, nunca, nunca mais se calassem!

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Autoria: ChicosBandRabiscando

Obs.: não sou teórico, apenas escrevo, não sei se poderia

classificar esse poema de Surrealista(?).

ChicosBandRabiscando
Enviado por ChicosBandRabiscando em 20/06/2021
Reeditado em 20/06/2021
Código do texto: T7283193
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