Profana e cristã
Um caminho entre montanhas, serras, céus:
Um brilho irradiante nas mãos suaves da amada,
Seu beijo tranquilizando minha paixão aguerrida
Entre a solidão da pátria e o mar sereno da existência.
A poesia afiando os corações inertes, débeis
Que aguçam os olhares esquecidos dos loucos,
Que sentem a força altiva das paixões em meio a escuridão.
Observei o sol cremando as almas sofridas dos amantes
observei a lua perseguindo jovens poetas que morrem enlouquecidos
Na penumbra agreste dos cacauais fluidos das ilusões.
Havia um caminho entre a vida serena e a morte surreal;
Encontrei diante da vida o mar profundo triste e sorrateiro
e diante da morte a poesia celestial, cristalizada, profana e cristã.