Sem poesia, nunca!

E se Deus me tirar a poesia,

morrerei num verso de protesto,

enterrar-me-ei n’algum poema

e o meu féretro será a rima,

no perfume de qualquer flor

que se despetale em minha lápide.

Mas, poeta, morrerei

entre os encantos dos palcos das palavras

e das cortinas das frases,

o que as fazem tão bonitas

e é por isso que eu insisto:

Senhor, não me tireis a poesia

mas dai-me vós bem mais versos...

nos meus mansos dia-a-dias