TEMPO DE CRISÁLIDA

subo

desço

me lembro

esqueço

...

neste sobe e desce

quase desapareço

...

desaparece

o que fui

e

desabrocha o que sou

...

voo

...

de repente penso num tempo tão distante

o tempo de crisálida

penso na moça pálida

debaixo dos lençóis

...

rolam lágrimas

quentes

rolam lágrimas

não choro

pelo que fui

choro pelo que deixei de ser

...

penso no sofrer

no crescer

neste ser que sou

atravessando eternidades

deixando para trás as cascas

como as serpentes

crescendo

evoluindo

mas "dolorindo"

ainda "dolorindo"

...

e mesmo assim

entre lágrimas e dores

achando o mundo lindo, lindo

...

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 12/04/2021
Código do texto: T7230239
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