TEMPO DE CRISÁLIDA
subo
desço
me lembro
esqueço
...
neste sobe e desce
quase desapareço
...
desaparece
o que fui
e
desabrocha o que sou
...
voo
...
de repente penso num tempo tão distante
o tempo de crisálida
penso na moça pálida
debaixo dos lençóis
...
rolam lágrimas
quentes
rolam lágrimas
não choro
pelo que fui
choro pelo que deixei de ser
...
penso no sofrer
no crescer
neste ser que sou
atravessando eternidades
deixando para trás as cascas
como as serpentes
crescendo
evoluindo
mas "dolorindo"
ainda "dolorindo"
...
e mesmo assim
entre lágrimas e dores
achando o mundo lindo, lindo
...