A CONSCIÊNCIA DESCANSA SOB AS 
FLORES PINTADAS NO LENÇOL DE SEDA

Foi dito o que não poderia ser dito
Foi feito o que não poderia ser feito
Foi o repúdio do próprio prazer
Que aprisionou o medo perfeito!

Quando deslumbrado pelo ilusório; utopia
Marcado, enganado sem mentiras!
O presente não fugiria
Ao descaso desta fantasia

Quando pervertido pelo desejo
Reprimido dentro do peito
Na gana por este anseio
Talvez bastasse somente um beijo

Foi dito o que não se ouvia
Foi feito o que não se faz
Com os ouvidos corrompidos
Tanto de falar da falta de paz

Sem dom capacitado
Consciente mas de mãos atadas
O belo, sob tecido fino, foi retratado
Com tons de tintas misturadas

Para que pouse suavemente
A única coisa que se resta
Não a vontade reprimida e persistente 
Sim, a parte do escrúpulo que ainda presta!
Luciano Becalete
Enviado por Luciano Becalete em 03/11/2007
Reeditado em 03/11/2007
Código do texto: T721976
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