A Cruz não é de Madeira - Hipocrisias - LXV
Eu nunca
cri nos seus
verbos metodicamente
esvoaçantes,
eu nunca cri
nos seus saberes
engolidos a seco
e regurgitados
aos fracos;
eu vi tua
imagem fria
no fundo do teu
olhar desconexo.
Eu te vi
e mesmo assim
beijei suas sombras.
Eu te vi
e mesmo assim
abracei seus medos
e anseios.
Eu te vi
e mesmo assim
desejei tuas
tempestades.
Eu te vi
e mesmo assim
tive a coragem
de morrer para
amar-te.