''Manhãs perfumadas''
Salve , salve , sensíveis poetas !
Essa poesia ...
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''Manhãs perfumadas''
''não foi paixão , caí nos braços da prisão !
nesse estranho caminho , eu plantei o amor
colhendo apenas a dor ...
é imenso o muro que encerra essa prisão
intransponível o vazio , que separa :
corpo , alma , coração ...
quase nada alcançou minha vontade
na esperança de uma nova ilusão
e o vento que me invade , é o desejo que me queima
eu te fiz em pensamento , derramei meus sentimentos
e te amei a noite inteira ! mas em ti fui silêncio ...
vivendo esse momento , o céu foi meu tormento !
pobre passarinho , se perdeu do ninho
no jardim de espinhos , chora a sua dor ...
e essa dor retraída , faz doer a própria vida !
vejo assim , sem sentido , o que foi prometido
o que foi derramado , tudo que foi amado
pelo fogo queimado , pelo tempo esquecido ...
essa dor me estremece , em minhas mãos
maldita é a prece :
- Deus dos extremos , de insanos pensamentos
sempre eterno em seu momento
muda a página do tempo , de imperfeitos monumentos
com perfeito versejar !
tudo em ti é permanente , tuas vontades são latentes
mas ausente , é teu olhar ...
almoço então minha vontade , o amor que me invade
come a minha própria carne !
o amor é a essência , é a vida , a existência
mesmo assim , tão desprezado , sofre a pena
abandonado !
pois na curva da estrada , eu soltei a tua mão
dessa árvore encantada , já não colho a ilusão !
eu sangrei , eu sofri , nessa louca estação ...
nas manhãs perfumadas , já não és a canção
pois do corpo e da alma , expulsei a paixão !!''
RICARDO PORTELA
Teresina PI