''Manhãs perfumadas''

Salve , salve , sensíveis poetas !

Essa poesia ...

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''Manhãs perfumadas''

''não foi paixão , caí nos braços da prisão !

nesse estranho caminho , eu plantei o amor

colhendo apenas a dor ...

é imenso o muro que encerra essa prisão

intransponível o vazio , que separa :

corpo , alma , coração ...

quase nada alcançou minha vontade

na esperança de uma nova ilusão

e o vento que me invade , é o desejo que me queima

eu te fiz em pensamento , derramei meus sentimentos

e te amei a noite inteira ! mas em ti fui silêncio ...

vivendo esse momento , o céu foi meu tormento !

pobre passarinho , se perdeu do ninho

no jardim de espinhos , chora a sua dor ...

e essa dor retraída , faz doer a própria vida !

vejo assim , sem sentido , o que foi prometido

o que foi derramado , tudo que foi amado

pelo fogo queimado , pelo tempo esquecido ...

essa dor me estremece , em minhas mãos

maldita é a prece :

- Deus dos extremos , de insanos pensamentos

sempre eterno em seu momento

muda a página do tempo , de imperfeitos monumentos

com perfeito versejar !

tudo em ti é permanente , tuas vontades são latentes

mas ausente , é teu olhar ...

almoço então minha vontade , o amor que me invade

come a minha própria carne !

o amor é a essência , é a vida , a existência

mesmo assim , tão desprezado , sofre a pena

abandonado !

pois na curva da estrada , eu soltei a tua mão

dessa árvore encantada , já não colho a ilusão !

eu sangrei , eu sofri , nessa louca estação ...

nas manhãs perfumadas , já não és a canção

pois do corpo e da alma , expulsei a paixão !!''

RICARDO PORTELA

Teresina PI

Ahnraffael (Ricardo Portela)
Enviado por Ahnraffael (Ricardo Portela) em 20/02/2021
Reeditado em 02/03/2021
Código do texto: T7188943
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