PIRILAMPOS
Nem toda boca calará
diante da infâmia
que é o sapato apertando
(não o de Aquiles)
mas o teu calcanhar.
Nem todo ouvido ouvirá
Os urros de quem brama
enquanto o cinto vai largando
(não a calça jeans)
mas o terno de casar.
Nem todo olho verá
os ácaros sobre a cama
ou os pirilampos iluminando
(não a abelha rainha)
mas o teu doce olhar.