GRITO DA MORTE
Do chão lúgubre ouviu-se um grito
Noite fria, a Lua ainda por clarear
Nuvens a encobriam, iria estrear
O silêncio ali permanecia restrito
Figuras disformes em desfile
Rastejavam por sobre o lodo
Em vestes esfarrapadas num todo
Que nada se desgarre ou se mutile
A noite compactua com a cena
Novo grito num estrondar satânico
A Lua ainda se esconde, serena
Naquele ambiente de puro pânico
O medo reina, porém ali ninguém
Restos de sombras em murmúrios
Gritos mais não, apenas lamúrios
Sem a Lua, resolveu fazer desdém