A Amante
Tenho uma amante
Deveria me envergonhar
Ela, porém, é tão excitante
Que dela não consigo me separar
Quando terna me envolve
Em seus abraços irreais
Tudo em mim se dissolve
Em carícias e nada mais
Seu beijo molhado, inebriante
Arrebata meus sentidos
Leva-me para mundo distante
Repleto de prazeres nunca vividos
Sempre que estou longe dela
Penso em terminar tudo
Mas se a vejo pela janela
Acabo ficando mudo
Me perdendo em suas carícias
Mergulho no lânguido calor
De suas inefáveis delícias
Que expressam seu intenso amor
Permaneço a ela ligado
Nossa condição até me perturba
Sou, todavia, um ser enamorado
Dessa mulher que se chama chuva.