império dos anjos
lá é a terra, lá embaixo, perto do mar.
lá existe um povo cruel, a minoria, cruel.
o néctar suave amargou-se
pelo veneno existencial de um povo.
palavras pesadas, rocha dentro do peito,
lá é a terra, embaixo dos arranha-céus.
uma fina camada de neve encobre o espelho
quebrado de narciso, e um grito árduo dos inocentes.
as espadas enfileiradas entre o horizonte nebuloso
e o conflito eterno entre os homens.
olham para o alto e declaram-se errantes:
rompem com o sagrado, com o divino, rompem.
os seres alados voam entre o mal e o infinito,
gerando inimigos, algozes do bem-aventurado.
negam suas palavras de ternura nos ouvidos delicados
daquele que um dia amou e morreu pela falta desse amor.