império dos anjos

lá é a terra, lá embaixo, perto do mar.

lá existe um povo cruel, a minoria, cruel.

o néctar suave amargou-se

pelo veneno existencial de um povo.

palavras pesadas, rocha dentro do peito,

lá é a terra, embaixo dos arranha-céus.

uma fina camada de neve encobre o espelho

quebrado de narciso, e um grito árduo dos inocentes.

as espadas enfileiradas entre o horizonte nebuloso

e o conflito eterno entre os homens.

olham para o alto e declaram-se errantes:

rompem com o sagrado, com o divino, rompem.

os seres alados voam entre o mal e o infinito,

gerando inimigos, algozes do bem-aventurado.

negam suas palavras de ternura nos ouvidos delicados

daquele que um dia amou e morreu pela falta desse amor.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 17/09/2020
Reeditado em 18/09/2020
Código do texto: T7065885
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