GUERREIRO
Engolir a seco a tristeza? Nunca!
Meu país amarrado a sete correntes
Como caminhar livre?
As fronteiras são de pedra...
São corações avessos à liberdade.
Como assim? Expliquem-me!
É proibido ser livre? Vestir a cor preferida?
Pois aqui estão os meus pulsos,
Coloquem as algemas, elas duram pouco,
Sou diamante embrutecido pelo tempo,
Fui lapidado a torto e à direita,
Mas não tenho inveja do ouro,
Pois ele é a perdição dos tolos.
Nunca me aperte na parede
Nem me encurrale em cantos,
Meus sentidos atravessam as rochas
E eu vejo a luz que as trevas têm...
Elas me guiam pelas frestas mais finas
A escuridão é minha haia perene...
O dia é uma dádiva da diva vida.