Medo sob a solitude
Em meio a suave melodia da solidão, entre músicas perdidas na tristeza, um andarilho solitário sob o brilhar de centelhas no oceano celeste observa um mundo de fantasmas vivos. Alguém em meio ao sangue das marcas em sua alma, tentando alcançar a anjo que machucou as asas. Perdido a todo momento, uma sombra entre sombras, que apenas deseja se aproximar de quem usa solitude para disfarçar o medo que foi transformado em armadura. Alguém em meio a um mundo de castelos de cartas disfarçados de redomas, se ferindo por enxergar além de quimeras e de falsas utopias. O humano não humano, que foi hostilizado por enxergar além das máscaras invisíveis de quem sempre desejou ser enxergada. Alguém que ver sua alma ser queimada, somente por tentar alcançar outra alma que não consegue enxergar a beleza além da beleza que ela própria possui. Alguém se afogando em um mundo que diz que se pode sentir, mas que afoga todos que o fazem. Alguém que queria apenas se aproximar da bela oculta no silêncio em meio ao baile de máscaras, mas que somente consegue ter seu coração perfurado por tentar. Lobo vermelho na noite, que continua correndo em direção do farol noturno no firmamento, tentando alcançar a flor em meio a fantasmas vivos, desaparecendo entre uivos que nunca serão ouvidos.