Viagem ao Centro do Nada

O translúcido daquele verde-esmeralda ofuscava sua razão.
Preferiu recolher-se aos mares da insanidade que o rodeavam
nas noites de exaustão em delírio.
Suores à parte,
o martírio repetia-se em sonhos num pulsar de ilusões.
Em tempos de superficialidades,
profundo seria inapropriado,
até mesmo inconveniente,
quem sabe impróprio ao seu mergulho
num abissal de amor.
Desprotegido,
sufocou-se nos suspiros do sal das lágrimas,
marinas apáticas,
cais das lamentações.
Despertou a tempo de reencontrar-se além do horizonte
numa desconcertante viagem
ao centro do nada.
 
rosangelaSgoldoni
13 04 2019
Este poema foi publicado na Antologia Sem Fronteiras pelo Mundo, vol. 5, 2020, lançado nesta data na Feira do Livro de Lisboa e classificado em 1º lugar no quesito POESIA.
https://rascunhosdarogoldoni.blogspot.com/2020/08/viagem-ao-centro-do-nada.html

 
Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 29/08/2020
Reeditado em 01/09/2020
Código do texto: T7049739
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