O velho na beira do abismo
Então aqui no fim do mundo você vem
Para bem longe
Para ninguém ver sua vergonha,
Humano patético...
Aqui na beira do abismo você chora
Implora por vingança,
E eu escuto cada palavra
Atento a tudo...
Humano mesquinho
Teve o olho maior que a barriga,
E assim teve o pescoço atravessado por uma espada enferrujada,
Morreu como o porco que era...
Maldito seja
Queria ser rei
E nem uma espada sabia empunhar
Mas ele conhecia a beira do abismo...
Aqui de frente comigo
Com um buraco no pescoço
Ele pede vingança
Ele engasga no próprio sangue...
Sua raia o devora
Ele pega fogo
Ele se destrói,
O que sobrou dele está preste a morrer...
E eu só observo
Eu não convidei ele para meu abismo
Não quero nada com humanos
Eles são porcos para mim...
Mas ele está aqui
Quase morto
Vejo em seus olhos a raiva
Sei onde isso vai dar...
O mundo ainda é jovem
Ele já fez muitas guerras,
E aqui está
Em minha presença, sujando meu chão com seu sangue...
Imundo como todo humano,
Depois de Lúcifer as coisas ficaram calmas de mais por aqui,
Ele era o ódio e o sangue,
Uma guerra digna de eu lutar...
Eu gostaria de me mexer,
Estou aqui faz muito tempo,
Minha espada nunca mais viu o Sol.
Eu aqui com tédio
E um rei implorando vingança
Na beira do abismo
Eu posso ser eu mesmo...
Sussurrar em seu ouvido
Empunhar sua miserável espada,
Eu falo baixo
Somente para ele ouvir...
Então ele quer sangue
Seu corpo não vale nada
Mas sua alma sim
Sim faremos negócio...
O morto se levanta
Com olhos escuros
Ele procura algo
Sua carcaça caminha por aí...
O maldito morto
Va, desgraçado
Busque sua vingança
Caminhe mais uma vez, quero ver o caos...
Morando na beira do abismo
Às vezes fico entediado
Então me intrometo na sagrada criação divida
Só para ver onde eles são capazes de ir...
Cristiano de Siqueira 29/08/20