O POETA NO MERCADO

Em meio a cafés coados

Ele contava histórias

De alecrins antes dourados

Verdes em bandeiras

E de sua boca, saltaram sonhos

Enevoados

Cirandeiam em nossa mesa

Índios meninos latinizados

Andavam manso

Buscavam a luz

Peabiru...

Contou-me que a Açu-cena

Ao chegar em Catarina

Mergulhou profundo

E renasceu no Sena

Afrancesou-se

_Elle est mademoiselle sortie.

Um menino índio canta

E conta os contos do além-mar

Do cheiro do pastel-de-nata

Ele proseia para encantar

Encantou-se!

Encantado está!

No feitiço de Iara enredou-se

Para ser poeta

É preciso amar!

Madame F
Enviado por Madame F em 27/08/2020
Código do texto: T7048105
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