O POETA NO MERCADO
Em meio a cafés coados
Ele contava histórias
De alecrins antes dourados
Verdes em bandeiras
E de sua boca, saltaram sonhos
Enevoados
Cirandeiam em nossa mesa
Índios meninos latinizados
Andavam manso
Buscavam a luz
Peabiru...
Contou-me que a Açu-cena
Ao chegar em Catarina
Mergulhou profundo
E renasceu no Sena
Afrancesou-se
_Elle est mademoiselle sortie.
Um menino índio canta
E conta os contos do além-mar
Do cheiro do pastel-de-nata
Ele proseia para encantar
Encantou-se!
Encantado está!
No feitiço de Iara enredou-se
Para ser poeta
É preciso amar!