Parnaso

Pelas barbas e bigodes de ouro,

Pelo decoro de argêntea retórica,

Invoco a tez pictórica das liras,

Do Parnaso, as piras se acendem.

Atendem, eia pois, ao apelo parnasiano,

As flamas de escasso engano estético.

Do imaginário, imagético – a imagem.

Passagem para as terras da alta ilusão.

O enlevo da mão que flana sobre folha,

Da rolha que salta ao ar de êxtase,

É pura formosura, ênfase, escolha.

Vede: a faustosa miragem que te alcança,

Lança-te para dentro da bruma matinal,

É tal sua amiga, esta divinal esperança.

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 15/08/2020
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T7036238
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