Parnaso
Pelas barbas e bigodes de ouro,
Pelo decoro de argêntea retórica,
Invoco a tez pictórica das liras,
Do Parnaso, as piras se acendem.
Atendem, eia pois, ao apelo parnasiano,
As flamas de escasso engano estético.
Do imaginário, imagético – a imagem.
Passagem para as terras da alta ilusão.
O enlevo da mão que flana sobre folha,
Da rolha que salta ao ar de êxtase,
É pura formosura, ênfase, escolha.
Vede: a faustosa miragem que te alcança,
Lança-te para dentro da bruma matinal,
É tal sua amiga, esta divinal esperança.