Noturno

Nas ruelas vazias do subúrbio martirizado

Tangente aos cacos arranha-céus,

Compra-se, por um dólar, um olhar perdido

Em uma sútil paisagem barata

Pobre, os gatunos gemem

uma melancolia jazzística por toda alva

No cume da cerca de pedra

Seus miados forjam do zênite um esplendor; fazem a lua faiscar

Mr e Mrs Potts vagueiam aterrados

Pelo cenário adormecido do Brooklyn

Enquanto a garoa fazia do panorama inacabado

Um horizonte grisalho velado sob a neblina fria

Uma estrela cadente cintila espelhada

No último andar do “The Arcadian”.

Ofusca a lua de néon sustentada por devaneios

E da janela sinistra um espetáculo é assistido e ouvido

Fogos de artifício?

A criança desperta alarmada pouco antes

Do neon enegrecer

E lá fora, ruídos tocam de maneira horrenda

Veículos circulam o arredor ferozmente

Sirenes e o efeito Doppler cobrem as ruelas aglomeradas de vazios

Rumo onde a seiva vingava o solo pedregoso

Destilam no tempo olhares despovoados,

Feitos de manchetes, subsistência à ralé

What times is it?

Se abrirão as padarias? Trafegam o trânsito, retomam as vendas ..

Tic tac.. tic… t…

Joinster
Enviado por Joinster em 05/08/2020
Código do texto: T7027029
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.