Noturno
Nas ruelas vazias do subúrbio martirizado
Tangente aos cacos arranha-céus,
Compra-se, por um dólar, um olhar perdido
Em uma sútil paisagem barata
Pobre, os gatunos gemem
uma melancolia jazzística por toda alva
No cume da cerca de pedra
Seus miados forjam do zênite um esplendor; fazem a lua faiscar
Mr e Mrs Potts vagueiam aterrados
Pelo cenário adormecido do Brooklyn
Enquanto a garoa fazia do panorama inacabado
Um horizonte grisalho velado sob a neblina fria
Uma estrela cadente cintila espelhada
No último andar do “The Arcadian”.
Ofusca a lua de néon sustentada por devaneios
E da janela sinistra um espetáculo é assistido e ouvido
Fogos de artifício?
A criança desperta alarmada pouco antes
Do neon enegrecer
E lá fora, ruídos tocam de maneira horrenda
Veículos circulam o arredor ferozmente
Sirenes e o efeito Doppler cobrem as ruelas aglomeradas de vazios
Rumo onde a seiva vingava o solo pedregoso
Destilam no tempo olhares despovoados,
Feitos de manchetes, subsistência à ralé
What times is it?
Se abrirão as padarias? Trafegam o trânsito, retomam as vendas ..
Tic tac.. tic… t…