Sintonia - Um riso em verso - XLIV
... o tempo na pele,
a pele no tempo,
um velho sabor amargo
nos retratos desbotados.
Segue o menino
sem saber que o tempo
é arapuca para os distraídos.
Na varanda
um olhar pacato de
quem aprendeu
a saudar o Sol.
Na beira da estrada
um bêbado canta
canções sobre o
que não existe mais.
Ante a porta da farmácia
alguém conta moedas
para os curativos
para a pele machucada.
Nas curvas o tempo
ri de todos
e não se curva
nem para o sábio
nem para o tolo.
Gargalhadas
com nó na garganta.