Sintonia - Um riso em verso - XLIV

... o tempo na pele,

a pele no tempo,

um velho sabor amargo

nos retratos desbotados.

Segue o menino

sem saber que o tempo

é arapuca para os distraídos.

Na varanda

um olhar pacato de

quem aprendeu

a saudar o Sol.

Na beira da estrada

um bêbado canta

canções sobre o

que não existe mais.

Ante a porta da farmácia

alguém conta moedas

para os curativos

para a pele machucada.

Nas curvas o tempo

ri de todos

e não se curva

nem para o sábio

nem para o tolo.

Gargalhadas

com nó na garganta.

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 26/07/2020
Código do texto: T7017749
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